segunda-feira, 11 de julho de 2011

Apenas mais um adeus.

Foi naquela fatídica tarde de domingo que você me disse adeus. Era noite, o céu estava limpo, sem nuvens. O tempo estava ótimo, quase que zombava de mim, sem compor o cenário do drama mexicano que eu sentia em mim. Eu estava maquiada, bem arrumada, de cabeça erguida, mantendo aquele porte de sempre. Lembrando sempre do que um velho amigo falou, de que eu nunca deveria abaixar a cabeça para nada nem pra ninguém, e embora eu não o veja mais e ele sequer se lembre disso, eu tenho seguido à risca.

Não, você não me deu motivos ou explicação. Simplesmente cansara de mim, eu não servia mais. Não que eu não fosse mulher suficiente pra você, mas por isso mesmo. É preciso um ponto negativo, algo que balance, algo que mostre que a gente deveria não querer, pra que a gente se convença que é sentimento verdadeiro, forte. Porque no fundo a gente gosta é do perigo, do que nos tira o ar e nos faz ter medo de perder o juízo.

Seus olhos não demonstraram nada, apenas o vazio por aquilo que não devia ter um fim. Porque a gente não se acostuma com finais. Mas o que é a vida se não um eterno fim e começo – e vice-versa? E você beijou minha testa, em demonstração de respeito, e foi embora, antes que o medo do futuro e voltássemos atrás. Ou de que a máscara da impassibilidade caísse e tudo se tornasse mais doloroso. Você se foi, eu saí desorientada pela rua, gritando um grito surdo no meu interior, rasgando minha roupa, suplicando que ainda sou e sempre serei tua.

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